sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Alienação parental: precisamos falar sobre isso

Tive a sorte de possuir pais que fizeram o maior esforço para que eu mantivesse admiração e contato por ambos. Mesmo separados no fim de suas vidas eles se encontravam e faziam o máximo para que eu tivesse uma boa relação com eles e mantivessem uma boa relação entre eles. Porém, isso não ocorre em todas as famílias. Muitas crianças estão no meio de conflitos e, em alguns casos, são utilizadas estratégias de incentivo de ódio pelo outro.
Segundo a Associação Portuguesa de Igualdade Parental, isso pode ocorrer com todos os tipos de família e, nesse momento deixo claro que entendo por família uma união entre pessoas. Não necessariamente através de laços de sangue, não necessariamente entre pessoas de sexos diferentes. Não necessariamente apenas entre um elo de três sujeitos "Pai", "mãe", "filho(s)". Isso é importante dizer porque a linguagem nos traí e percebo a dificuldade que é ser didático e representar todos os tipos de família possível. Mas, vamos lá...
Muitos pais iniciam essas estratégias que geram a alienação parental a partir de uma tentativa de isolamento, assim, a criança começaria a reduzir a comunicação, em seguida os encontros, e até a intercepção de mensagens de boas festas, etc. com o outro membro da família.

Muitas crianças passam a ter medo de demonstrar afeto pelo membro da família que não detém a guarda da criança, porque o membro da família que a detém pede uma espécie de "fidelidade" ou fica fazendo críticas e diminuindo o outro a ponto de que a criança perca admiração. Algo muito sério.
Outra coisa importante de ser dito é que muito pais não "se tocam" tão rápido do mal que isso pode fazer à criança. Assim, existiriam alguns níveis da alienação parental.

- Tipo ligeiro:
Os filhos apresentam fortes vínculos emocionais, com ambos os progenitores e estes reconhecem que os conflitos afetam os seus filhos e, embora haja alguma difamação, esta tem pouca intensidade.

Os períodos de separação entre o progenitor e os filhos são curtos e ocorrem sem grandes conflitos. Embora neste primeiro estádio o filho apóie pontualmente o progenitor alienador, demonstra ter um pensamento independente e um grande desejo que os problemas se resolvam.
- Tipo moderado:
Assiste-se a uma deterioração dos vínculos afetivos com o progenitor alienado (que não possui a guarda), ao mesmo tempo que há um fortalecimento da relação com o progenitor alienador (com quem vive).

As visitas ao progenitor que não é detentor da custódia, assim como as visitas aos avós e restantes membros da família alargada, começam a ser conflituosas. A criança não revela capacidade para pensar de uma maneira autônoma e repete aquilo que lhe é dito.
- Tipo grave:
O progenitor alienado é visto como um indivíduo perigoso, chegando a ser encarado como um inimigo. Surgem sentimentos de ódio e recusa para com o progenitor alienado, enquanto que o outro progenitor é amado e defendido de forma irracional.

As visitas ao progenitor tornam-se escassas ou mesmo inexistentes tal como as visitas aos avós e família alargada que se ocorrer convertem-se em reações adversas. Ainda que a campanha de difamação seja mais contínua e intensa, a criança já revela alguma independência de pensamento pois não justifica as suas ações com recurso a ideias transmitidas por outros. Justifica as suas próprias ideias e atitudes.
Autoria Drª Teresa Paula Marques
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

O Dia dos Pais é dia da família. Independente do modelo de família, o que caracteriza esse "laço" de união entre as pessoas é o amor.
Vamos repensar.

fonte:http://www.brasilpost.com.br/roberto-dalmo/alienacao-parental-precis_b_7912588.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004
 

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