O Dia Nacional do Sistema Braille é comemorado anualmente em 8 de abril, no Brasil. A data tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância das políticas públicas para inclusão das pessoas com deficiência visual no sistema educacional do Brasil. Ainda, a comemoração visa a reflexão sobre a empregabilidade de mecanismos que favoreçam o desenvolvimento intelectual, profissional e social dessas pessoas.
A arte de ler através dos dedos
O Braille é um instrumento de acessibilidade por meio do qual se lê pelo toque. É como se fôssemos dotados de uma magia que nos colocasse a sentir o alfabeto, ao invés de lê-lo. A ferramenta ora referida foi inventada na França, por volta dos séculos XVIII e XIX, chegando ao Brasil por intermédio de José Álvares de Azevedo, quem disseminou a técnica que favorece o estudo de pessoas com deficiência visual.
Primeiramente, o ensino ficou concentrado no Instituto Benjamin Constant (IBC), sediado na cidade do Rio de Janeiro/RJ, entretanto, se expandiu por todo o território brasileiro, auxiliando cada vez mais aqueles que necessitam ler por outros olhos. Essa metáfora, por vezes, tão mal interpretada, haja vista a compreensão acerca da própria deficiência visual é alvo de críticas, posto que a acessibilidade, assim como a humanidade, é dinâmica e vêm surgindo novos moldes de leitura para cegos e pessoas com baixa visão.
Entrementes, o Braille continua a ser uma das artes mais belas que a humanidade já experimentou e ainda é bastante usada em solos tupiniquins. É uma sensação única se desligar do óbvio e deixar que apenas os seus dedos te levem ao discernimento do texto, à completa leitura. É estar intrinsecamente ligado às palavras, conectado ao relevo do texto como se não mais existissem letras, mas uma paisagem a ser contemplada.
Esse instrumento que a mais de 200 anos vem sendo utilizado como mecanismo de acesso da pessoa com deficiência visual à leitura tem sido uma importante ferramenta no combate ao preconceito, à acomodação. É, pois, uma arma de resistência daquelas pessoas que possuem alguma dificuldade visual de médio e alto grau (cegos e pessoas com baixa visão) contra o (in)acesso ao saber e, portanto, trata-se de uma das mais excepcionais maneiras de se trabalhar as políticas educacionais e de se construir um mundo mais digno àqueles que detém a arte de ler através dos dedos.
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