MEC desativa 1.337 centros de ensino à distância medida atinge quatro instituições que, juntas, concentram 54,7% dos 760.599alunos atendidos em todo o país Demétrio Weber escreve para "O Globo": O Ministério da Educação (MEC) determinou a desativação de 1.337 centros deeducação à distância no país, com a suspensão de vestibulares ou redução de novas vagas, e prazo de um ano para que as universidades promovam melhorias, sob ameaça de escredenciamento. As medidas atingem quatro instituições de ensino que, juntas, concentram 54,7% dos 760.599 alunos de graduação à distância no Brasil. São elas: Universidade do Norte do Paraná (Unopar), Universidade Estadualde Tocantins (Unitins), Faculdade Educacional da Lapa (Fael, no Paraná) e Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi, em Santa Catarina). As quatroinstituições foram as primeiras submetidas a um pente-fino do MEC, porterem um grande número de alunos e serem alvo de denúncias de irregularidades efalhas de conteúdo e de avaliação.? Elas cresceram rápido demais. Estamos dando um freio nessa expansão, comum choque de qualidade ? diz o secretário de Educação à Distância do MEC, Carlos Bielschowsky. Os centros de atendimento, onde estudam mais de 60 mil universitários em 1.200 municípios, estão proibidos de receber novos alunos. Os atuais estudantespoderão concluir os cursos, mas depois as unidades deverão ser desativadas. Boa parte não tem biblioteca, laboratório, sala de estudos nem acesso àinternet na proporção exigida de três alunos por computador.
Instituições não poderão aceitar novos alunosA restrição atinge principalmente a Unitins e a Fael, que mantêm 1.276centrosde atendimento; e o Uniasselvi, com 61 unidades. Essas instituições sópoderão receber novos alunos nos pólos credenciados.Já a Unopar deverá limitar a 35 mil o número de novos alunos em 2009, umaredução de cerca de um terço ? neste ano, mais de 50 mil calouros ingressaram na instituição, que atende 108.940 universitários.
A Unopar terá que alterar seu material didático: segundo o MEC, apenas 25% do conteúdo consta noslivros, e com base nisso são feitas as provas.Na modalidade à distância, a aula é transmitida por satélite para milhares de alunos em telessalas. Os alunos comparecem ao centro uma vez por semana. Orestante é feito via internet. A situação mais preocupante, segundoBielschowsky, é a da Unitins e Fael, que atendem seus alunos por meio daempresa Eadcon, que mantém franquias no país.? (A empresa) extrapolou. Participa do processo acadêmico de maneira inadequada ? disse o secretário.
O diretor de Desenvolvimento e Qualidade Acadêmica da Eadcon, Francisco Sardo, nega irregularidades. Segundo ele, a empresa oferece os meios eletrônicospara a transmissão das aulas. A parte acadêmica, afirma ele, éresponsabilidade da Unitins e da Fael. Os dirigentes das instituições elogiama iniciativa do MEC e dizem que criaram seus cursos quando não havia regrasclaras sobre a oferta do ensino à distância.? A legislação foi muito dura. A estrutura é muito cara. Temos que ter essetempo de readequação. Nosso propósito é buscar a qualidade ? diz o reitor da Unitins, Humberto Falcão. O reitor do Uniasselvi, Malcon Tafner, diz que o custo dos cursos é muitoalto. A reitora da Unopar, Elisabeth Bueno Laffranchi, diz que ainstituiçãovai comprar 1,5 milhão de livros e 5 mil computadores.
(O Globo, 18/11)
Nenhum comentário:
Postar um comentário